segunda-feira, 1 de abril de 2013

Doação de Arco de Violino para Aldeia Morro Alto

     No dia 12 de março lançamos uma campanha para conseguir uma doação de um arco de violino para uma das 9 aldeias indígenas da etnia Guarani M'bya que temos na nossa região, a aldeia Morro Alto localizada no município de São Francisco do Sul.
     A campanha foi um verdadeiro sucesso, pois em menos de 1 hora conseguimos a doação. Queremos muito agradecer, em nome da comunidade indígena, a Fabrícia Piva que é Maestrina da Orquestra Cidade de Joinville pela doação do arco.

Fabrícia Piva com Cláudia Baartsch na Fundação Cultural de Joinville recebendo a doação para ser repassada a aldeia.

     A rabeca, ou violino em alguns casos, é utilizada pelos indígenas todas as noites na casa de reza (Opy) para dar rítmo aos seus cantos que servem de ensinamento para os mais jovens e mesmo agradecimentos e pedidos para Nhanderú (Deus criador).



Mais uma vez muito obrigada Fabrícia Piva, a cultura indígena agradece.


terça-feira, 12 de março de 2013

Doação de Arco de Violino



   
  

Foto (créditos Dashmesh / Cláudia Baarsch) tirada na aldeia Tiara jú de Araquari - instrumentos utilizados pelos Guaranis





       A aldeia indígena Morro Alto, localizada no município de São Francisco do Sul, está precisando de um arco de violino. As tribos indígenas têm o canto como uma forma de repassar para os jovens os conhecimentos, além de este ser uma forma de conexão com a natureza. Os indígenas em nossa região utilizam instrumentos como o violino, violão, tambor, taquara de bambú e o chocalho para ditar o ritmo dos cantos.


      Você, que por um acaso tem um arco de violino simples em casa encostado ou mesmo possa contribuir para a compra de um (que pode variar de R$ 30,00 a R$ 90,00), entre em contato com o grupo TIARAJUS - Técnicos Associados contra o Racismo Ambiental e pela Justiça Social.


Contatos: (47) 9938-2062 - Mari ou (47) 9938-9456 - Cláudia / Dash e no endereço de e-mail aldeiatiaraju@gmail.com




Agradecemos desde já

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Poesia - O Silêncio


O Silêncio

Nós os índios, conhecemos o silêncio. Não temos medo dele.
Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras.
Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento.
"Observa, escuta, e logo atua", nos diziam.
Esta é a maneira correta de viver.
Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes.
Observa os anciões para ver como se comportam.
Observa o homem branco para ver o que querem.
Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás.
Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.
Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando.
Dão prêmios às crianças que falam mais na escola.
Em suas festas, todos tratam de falar.
No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes.
E chamam isso de "resolver um problema".
Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos.
Precisam preencher o espaço com sons.
Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.
Vocês gostam de discutir.
Nem sequer permitem que o outro termine uma frase.
Sempre interrompem.
Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive.
Se começas a falar, eu não vou te interromper.
Te escutarei.
Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo.
Mas não vou interromper-te.
Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante.
Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei.
Terás dito o que preciso saber.
Não há mais nada a dizer.
Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.
Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes.
Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio.
Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.
Existem muitas vozes além das nossas.
Muitas vozes.
Só vamos escutá-las em silêncio.

"Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder" (
Nem Lobo nem cão. Em estradas esquecidas com uma pessoa idosa indiana) - Kent Nerburn
 
Fonte: O Bosque de Berkana - www.facebook.com/pages/O-Bosque-de-Berkana/206807786067043

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Incêndio criminoso em aldeia na Barra do Sul



Incêndio em Casa de Reza Guarani pode ser considerado criminoso

Um dos primeiros ensinamentos que recebemos quando chegamos a uma aldeia Guarani está na importância da Casa de Reza, a Opy, que, como dizem, é a universidade, o hospital e a igreja Guarani. A dimensão da importância da Opy para os indígenas talvez seja difícil de alcançar com palavras, mas, quando se está dentro dela e se permite sentir sua boa energia, logo se percebe sua importância para a cultura e a religiosidade deste povo.
As imagens mostram um incêndio criminoso acontecido no dia 07 de dezembro de 2012, ocorrido na aldeia Jatay ty, ou Conquista, em Barra do Sul, próximo a São Francisco do Sul, litoral norte do estado de Santa Catarina, um ato de violência extrema, divergindo de uma possível convivência pacífica e de respeito às diferenças entre povos. As chamas que queimam a Casa de Reza são as mesmas que queimam as esperança de convivência num mundo harmônico e justo, são as chamas que queimam a liberdade de expressão da religiosidade e da cultura do modo de vida tradicional dos povos indígenas. 



É importante ressaltar que, por trás delas, existem interesses nos conflitos da luta pelas terras, pois considera-se a possibilidade de retaliações contra a demarcação das Terras Indígenas desta região e, portanto, contra o direito destes povos a terras suficientes para viverem de acordo com o seu modo tradicional. Felizmente, estas chamas foram mal colocadas, pois estas não matam a esperança dos Guaranis de um dia, quiçá, poderem viver em paz em suas terras. Os Guarani estão bastante assustados e temerosos de novos atos de violência também nas Terras Indígenas próximas a esta.
Vamos denunciar o descaso com esses povos. Pelo fim da violência contra os povos indígenas.